quinta-feira, 8 de julho de 2010

Andando pelas cavernas

Estamos esperando os romeiros saírem para seguimos nosso caminho. A história deles é muito legal. Eles saíram no dia 2 de julho de Rui Barbosa com destino a Bom Jesus da Lapa, na Bahia, atravessando a Chapada Diamantina. Num percurso de 600 km durante 15 dias. Estão participando dessa expedição 11 homens, 22 mulas, 2 cavalos e um camionete D-20. São eles Roberto Pedreira, Prof. Rosalvo, Bano, Luiz, Manuel Dutra, Guardiano, Henrique, Galego, Jorbas Nascimento, Eduardo e Barrão O planejamento da viagem durou um ano, e isso se repete a cada ano, sempre com saídas no dia 2 de julho, que é aniversário de independência do estado da Bahia.

O consumo diário de cada animal é de R$ 5,00 e eles carregam na camionete além da alimentação dos homens, feno para os animais. Quando perguntei sobre a diferença de viajar com cavalo e com burro, Roberto disse que o Cavalo é mais amigo, o burro é mais traiçoeiro e resistente. Ele afirma que para acabar com qualquer problema eles carregam um animal diferente que é o cavalo Rally e os burros adotaram como madrinha e todos querem ficar perto do cavalo madrinha.

Fomos interagir mais com o grupo. Eu cheguei a montar no Rally, mas confesso que senti um medo danado do cavalo não gostar de mim e empinar. Estava tensa, mas estava adorando a ideia de estar montando. Queria ter dado uma volta com ele, mas acompanhada de outro montado também. Mas já valeu a foto.


Depois Manoel falou dos seus projetos e como havia começado as romarias, Ele disse que tudo tinha começado da vontade de realizar o mesmo trajeto que seu avô e quando conheceu Eduardo montaram o grupo e começaram as cavalgadas. Fiquei com muita vontade de fazer uma dessa. Gostaria muito de ter um cavalo, que eu confiasse e saísse pelo mundo a fora tendo o vento no rosto.
Estava distraída quando chegou um dos cavaleiros e entregou uma fita do Senhor Jesus da Lapa uma para mim e outra para o Walfredo, logo fomos amarrando ela para fazer os pedidos. Achei uma graça, ele lembrar de dar uma fitinha para nós.

Era hora deles saírem e descobri que a bateria do caminhãozinho tinha acabado a carga. Deixamos para resolver depois e fomos participar da partida deles. Manoel fez uma oração e pediu para que todos refletissem sobre a romaria e que não desfocassem do objetivo principal. Que a paz e a união do grupo deveria persistir em todos os momentos. Eles rezaram pelo sucesso da nossa expedição, e pediram proteção ao Senhor Bom Jesus da Lapa para todos nós.


Eles partiram, mas antes um dos romeiros entregou um cd de um grupo musical da cidade dele chamado Xodó, um forro e um dvd da penúltima aventura que fizeram. Vamos escutar e divulgar o grupo se ele for bom mesmo! E, nós fomos arrumar um carro para fazer uma chupeta.

No camping tinha um carro, mas o dono estava preparando o café da manhã e tivemos que esperar. Nesta espera conhecemos Romina e Leônidas dois chilenos que moram em Salvador. Ele faz musicoterapia, que é uma técnica que utiliza a vibração dos instrumentos musicais vindo da Índia, Tibet, África e Austrália, para a cura.

O café da manhã mais demorado que eu já vi, o Walfredo foi lá para dar uma apressadinha e ele entregou a chave do carro para nós dar uma carga na bateria e partir. Deu tudo certo e saímos do camping com atraso de 2h para as Cavernas de Torrinha. Chegando lá tinha três tipos de passeios e a diferença do menos completo para o mais completo era de oito reais. Então fizemos o completo por R$ 50,00 com um DVD. Confesso que no começo estava muito assustada. Sempre tive medo de caverna e me deu uma espécie de pânico. Mas lembrei da música de Pedro Bial que diz que devemos enfrentar o medo.






Então fui, no começo não achei muita graça, talvez por estar em estado de pânico, mas foi depois de passar por um buraco apertado começou a aparecer às coisas belas da natureza.


A formação de estalaguinita nas rochas e eram fantásticas. Só que era tudo muito escuro. O guia carregava um liquinho e ia explicando cada momento do passeio. O nome dele é Paulo, muito atencioso e cuidado, percebeu que eu estava com medo e me ajudou em vários momentos.


Tivemos muita dificuldade para fazer fotos naquela escuridão, mesmo aumentando o ISO, reduzindo a velocidade e colocando o flash, muitas não deram de fazer, como a foto padrão que é a da sombra.



















Saímos de lá e fomos para a Pratinha, que é uma gruta com água azul cristalina. Antes passamos no lago azul, um lugar rochoso que se você vai entre 14h30 e 15h30 o sol ilumina a rocha na altura da água dando uma tonalidade de turquesa. Estávamos pregados, tínhamos andado de gatinha na caverna. Mas felizmente chegamos a tempo de ver o efeito do sol.



Almoçamos no restaurante da Pratinha. O Walfredo comeu bode ensopado. Pelo jeito gostou. Eu preferi não almoçar. A quantidade de abelhas estava demais, nem dava para tomar o refri. Quando estávamos saindo, lembrei que havia esquecido no capacete minha lanterna. Senti uma tristeza grande.



Era hora de ir para ver o por do sol no morro do Pai Inácio. Chegamos lá havia uma guia muito cuidadosa, que além de cuidar do seus guiados cuidou de mim e do Walfredo também. Dando informações importantes, batendo foto nossa e segurando minha máquina para que eu pudesse andar sobre as pedras com mais segurança. O nome dela é Elisiane, ela trabalha num receptivo de Lençóis-BA. Quando estávamos saindo ela indicou uma pousada que fica na estrada. Seguimos o conselho dela, era tudo que queríamos, um banho quente, uma janta e lençóis limpos.


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